terça-feira, 13 de julho de 2010

Quem foi que disse que eu escrevo para as elites?


Quem foi que disse que eu escrevo para o bas-fond?

Eu escrevo para a Maria do Todo Dia.

Eu escrevo para o João Cara de Pão.

Para você, que está com este Jornal na mão...

E de súbito descobre que a única novidade é a poesia.

O resto não passa de crônica policial-social-política.

E os jornais sempre proclamam que a “situação é crítica”!

Mas eu escrevo é para o João e a Maria

Que quase sempre estão em situação crítica!

E por isso as minhas palavras são quotidianas como o pão

nosso de cada dia

E a minha poesia é natural e simples como a água bebida

na concha da mão.



Mário Quintana

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